viernes, 24 de julio de 2009

jueves, 23 de julio de 2009

CENTRAL OBREIRA GALEGA



Escisión no sindicalismo galego

Hoxe realizou a súa presentación na Coruña o sindicato Central Obreira Galega (COG) como «central nacionalista». Algúns dos seus membros foron fundadores da Central Obreira Galega (CUT), tamén noutrora escisión do considerado nacionalismo sindical de clase.

Os seus fundadores, entre os que se acha a nosa compañeira Clelia Zucca, entenden que a CUT «mantiña unha conduta antidemocrática e dirixista, que afectaba á liña sindical que asumimos no seu momento e que nos últimos oito anos desembocou nunha continua perda de cadros sindicais e finalmente na expulsión de case toda a comarca hai tan só uns meses».

A nova central, que pretende acadar un espazo no panorama sindical galego de clase, denuncia «a farsa autonómica, a espoliación dos recursos naturais galegos, as agresións constantes e reiteradas da cultura do noso país e a persecución da lingua».

Coa «democracia e o pluralismo como base», a COG denuncia tamén a inestabilidade das mulleres no mundo laboral e solidarízase «con todas as mulleres vítimas de malos tratos». Pretende, así mesmo, combater contra as «dinámicas domesticadas das centrais sindicais formais» e ofrécese para reorganizar o mundo laboral: «descontento, decepcionado e desorganizado», nunha aposta pola mobilización e a loita «como eixes fundamentais para a defensa das agresións da patronal e do propio capital, dende a honradez, entrega e responsabilidade e coa ilusión de devolver á clase obreira galega o seu papel protagonista».

martes, 14 de julio de 2009

HONDURAS


O GOLPE MORRE OU MORREM AS CONSTITUIÇÕES

Os países da América Latina lutavam contra a pior crise financeira da história dentro duma relativa ordem institucional.

Quando o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de viagem em Moscovo para abordar temas vitais em matéria de armas nucleares, declarava que o único presidente constitucional de Honduras era Manuel Zelaya, em Washington a extrema direita e os falcões faziam manobras para que ele negociasse o humilhante perdão pelas ilegalidades que os golpistas lhe atribuem.

Era óbvio que tal acto significaria diante dos seus e diante do mundo o seu desaparecimento do cenário político.

Está provado que quando Zelaya anunciou que regressaria no dia 5 de Julho, estava decidido a cumprir a sua promessa de partilhar com o seu povo a brutal repressão golpista.

Com o Presidente viajavam Miguel d´Escoto, presidente pro tempore da Assembleia-geral da ONU, e Patrícia Rodas, a chanceler de Honduras, bem como um jornalista de Telesur e outros, para um total de 9 pessoas. Zelaya manteve a sua decisão de aterrar. Sei que em pleno voo, quando se aproximava de Tegucigalpa, desde terra lhe informaram a respeito das imagens de Telesur, no instante em que a enorme massa que o esperava no exterior do aeroporto, estava a ser atacada pelos militares com gases lacrimogéneos e fogo de fuzis automáticos.

A sua reacção imediata foi pedir altura para denunciar os factos por Telesur e demandar aos chefes daquela tropa que cessasse a repressão. Depois lhes informou que procederia à aterragem. Então, o alto comando ordenou obstruir a pista. Em apenas uns segundos ficou obstruída por veículos de transporte motorizados.

Três vezes passou o Jet Falcon, a baixa altura, por em cima do aeroporto. Os especialistas explicam que o momento mais tenso e perigoso para os pilotos é quando naves rápidas e de pouco porte, como a que conduzia o Presidente, reduzem a velocidade para fazer contacto com a pista. Por isso acho que foi audaz e valente aquela tentativa de regressar a Honduras.

Se desejavam julgá-lo por supostos delitos constitucionais, por quê não lhe permitiram aterrar?

Zelaya sabe que estava em jogo não só a Constituição de Honduras, mas também o direito dos povos da América Latina a eleger os seus governantes.

Honduras não é hoje apenas um país ocupado pelos golpistas, mas também um país ocupado pelas forças armadas dos Estados Unidos.

A base militar de Soto Cano, também conhecida pelo nome de Palmerola, localizada a menos de 100 quilómetros de Tegucigalpa, reactivada em 1981 sob a administração de Ronald Reagan, foi a utilizada pelo coronel Oliver North quando dirigiu a guerra suja contra a Nicarágua, e o Governo dos Estados Unidos dirigiu desde esse ponto os ataques contra os revolucionários salvadorenhos e guatemaltecos, o que custou dezenas de milhares de vidas.

Ali está a “Força de Tarefa Conjunta Bravo” dos Estados Unidos, integrada por elementos das três armas, que ocupa 85 por cento da área da base. Eva Golinger divulga o papel que tem essa base num artigo publicado no sítio digital Rebelião em 2 de Julho de 2009, titulado “A base militar dos Estados Unidos em Honduras no centro do golpe”. Ela explica que “a Constituição de Honduras não permite legalmente a presença militar estrangeira no país. Um acordo ‘de mão entre Washington e Honduras autoriza a importante e estratégica presença das centenas de militares estadunidenses na base, por um acordo ‘semi-permanente’. O acordo foi realizado em 1954 como parte da ajuda militar que os Estados Unidos ofereciam a Honduras… o terceiro país mais pobre do hemisfério.” Ela acrescenta que “…o acordo que permite a presença militar dos Estados Unidos no país centro-americano pode ser retirado sem aviso”.

Soto Cano é igualmente sede da Academia da Aviação de Honduras. Parte dos componentes da força de tarefa militar dos Estados Unidos está integrada por soldados hondurenhos.

Qual é o objectivo da base militar, dos aviões, dos helicópteros e da força de tarefa dos Estados Unidos em Honduras? Sem dúvida que serve unicamente para empregá-la na América Central. A luta contra o narcotráfico não requer dessas armas.

Se o presidente Manuel Zelaya não for reintegrado ao seu cargo, uma onda de golpes de Estado ameaçará com varrer muitos governos da América Latina, ou estes ficarão à mercê dos militares de extrema direita, educados na doutrina de segurança da Escola das Américas, esperta em torturas, na guerra psicológica e no terror. A autoridade de muitos governos civis na América Central e na América do Sul ficaria enfraquecida. Não estão muito distantes aqueles tempos tenebrosos. Os militares golpistas nem sequer emprestariam atenção à administração civil dos Estados Unidos. Pode ser muito negativo para um presidente que, como Barack Obama, deseja melhorar a imagem desse país. O Pentágono obedece formalmente ao poder civil. Ainda as legiões, como em Roma, não assumiram o comando do império.

Não seria compreensível que Zelaya admita agora manobras dilatórias que desgastariam as consideráveis forças sociais que o apoiam e só conduzem a um desgaste irreparável.

O Presidente ilegalmente derrubado não procura o poder, mas defende um princípio, e como disse Martí: “Um princípio justo do fundo de uma caverna pode mais do que um exército.”
[Artigo de Fidel Castro Ruz, publicado o 10 de xullo de 2009 como ‘Reflexões do companheiro Fidel’ polo Partido Comunista Cubano]